segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Infância difícil

"Aracaju não é cidade
Nem também povoação
Tem casinhas de palha
Forradinhas de melão". 
(Quadra bairrista; sec.XIX)

Em nenhum momento da minha curta vida tive facilidades, comecei com uma infância pobre, cheia de privações, poucos eram aqueles que vinham me ver. Logo de cara minha família teve que enfrentar uma epidemia, era a Cólera-morbus que assolava o meu Estado entre setembro de 1855 e fevereiro de 1856. Muitos da população a “danada” levou, cerca de 23%, entre eles, aquele que eu mais queria bem, meu pai. Acabei me tornando, antes de cidade, órfã.

sábado, 22 de novembro de 2008

As dificuldades de um parto


“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou minha morte”. Brás Cubas escolheu a morte, mas, como não me equivalho à altura da ousadia de um Machado, começo pelo “uso vulgar”: o nascimento.

Nasci de parto cesáreo, pois teimavam que eu nascesse. Fruto e obra de um homem, Ignácio Barbosa. Deveras haviam outros que reivindicavam a paternidade, mas, como na época não existia teste de DNA, conheci um único pai. Minha genitora, era já uma senhora de idade quando nasci, sofreu muito quando me desvencilhei de seu ventre. Hoje vive só, acabrunhada no alto de um morro, próximo ao rio Paramopama: a Velha São Cristovão.