terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A puberdade de uma cidade



Uma menina-moça surgia. Com 15 anos já desabrochavam as primeiras rosas, seguindo a evolução natural de toda mulher. Deixava para trás os adjetivos jocosos de minha infância feia e desengonçada, como toda menina após a sua menarca. Concebida em meio a onda modernista, me vi adornada de prédios com enormes frontões, portas e janelas em arco. Fui esquadriada, palmo a palmo, com mãos fortes fui modelada pela primeira vez, tal qual um tabuleiro de xadrez. Saltavam aos olhos dos forasteiros, viajantes e marinheiros que por aqui aportaram em busca de aconchego, os meus primeiros atributos. Enebriados com a cor de minhas asas, esqueciam da minha fase de lagarta.