quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A morte nos espreita submersa


Os ventos fortes de agosto coloriam o céu de nossa cidade de pipas. A brisa refrescava o passeio de casais calorosos. Porém, muito mais se escondia por entre a bruma matinal, em meio ao mar revolto. O clima tenso de outras terras era tema apenas para os jornais, tão diferente da realidade cotidiana dos aracajuanos, pois, estávamos em plena Segunda Guerra Mundial. Ninguém esperava que em 15 de agosto de 1942 o mar que antes nos trouxera tanta felicidade viesse a conduzir para nossas praias tanta tristeza. A guerra chegara a nossa porta e exibia seu cartão de visita, centenas de pessoas morreram devido ao torpedeamento de cinco navios mercantes entre a costa de Sergipe e Bahia pelo submarino U-507. A morte nos espreitava submersa enquanto dormia-mos em falsos sonhos de neutralidade.

Nenhum comentário: